sábado, janeiro 28, 2006

Uma boa nova

Mosteiros entre os pobres

Leio em Zenit que cada vez há mais mosteiros nos países pobres.

Segundo a Irmã Gisela Happe, OSB, secretária-geral de Ajuda para a Implantação Monástica, (uma instituição que coordena as actividades internacionais dos Beneditinos, Trapistas e Cistercienses, com sede em Paris), «cada vez se fundam mais mosteiros contemplativos nas regiões mais pobres do mundo». Numa recente visita à Ajuda à Igreja que Sofre, a religiosa beneditina assinalou: «nossos religiosos e religiosas convivem com o povo e oferecem um exemplo de vida cristã, ao mesmo tempo que promovem projectos de desenvolvimento.
A Irmã Gisela explicou que, «na actualidade, há 16.000 beneditinas, 8.000 monges da mesma ordem, 2.000 trapistas e 2.000 cistercienses em todo o mundo». E acrescentou: «nestas congregações contemplativas estão surgindo numerosas vocações, sobretudo no Vietnam, Filipinas e Coreia do Sul. Daí que a formação seja uma prioridade para nós».
Notícia que a todos os cristãos deve alegrar pela ajuda que eles vão prestar a esses povos e sua evangelização.

domingo, janeiro 22, 2006

Padres legalistas

Resposta a MC

Hoje deu-me para ler o post sobre os donos dos sacramentos, no blogue Jardim de luz e respectivos comentários. E digo-vos que fiquei preplexa.
Os padres são apelidados de donos dos sacramentos mas muitos dos comentadores deste post referido acima parecem os donos da Igreja. O Papa, os Bispos e os Padres são um impecilho para que se viva o amor dentro da Igreja. O próprio Cristo que correu a azorrague os vendedores do átrio do Templo é capaz de não escapar às críticas. E então S. Paulo deve estar no inferno, pois, como se lê na 1.ª Carta aos Coríntios, cap. 5, mandou excomungar alguém que estava a viver maritalmente com a sua própria madrasta.
Deixo aqui o seu mandato de excomunhão:
«Ouve-se dizer constantemente que se comete, em vosso meio, a luxúria, e uma luxúria tão grave que não se costuma encontrar nem mesmo entre os pagãos: há entre vós quem vive com a mulher de seu pai!... 2. E continuais cheios de orgulho, em vez de manifestardes tristeza, para que seja tirado dentre vós o que cometeu tal acção! 3. Pois eu, em verdade, ainda que distante corporalmente, mas presente em espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que assim se comportou. 4. Em nome do Senhor Jesus -, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de nosso Senhor Jesus -, 5. seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus.»
Pelo que me diz um padre da minha família, que está em Moçambique, o que mais lhe custa é ter de negar um sacramento a alguém que vive em casamento irregular à face das leis da Igreja. Mas vai fechar os olhos à poligamia ou outras tradições contrárias ao que ensinou Cristo? Creio que muitas das situações presentes na mente dos comentadores e da própria MC preocupam os nossos padres. Mas devem atraiçoar a doutrina bíblica e da própria Igreja para serem modernos e queridos de todos?! Eu penso que a fidelidade também passa por aqui...
Que dizem os leitores?

terça-feira, janeiro 17, 2006

Vilência

Contra as mulheres

Há uma coisa que não consigo entender: a violência contra as mulheres. Porquê, senhores?! Não são elas as mães dos homens?! Não têm o mesmo direito à vida e a uma vida feliz?!
A notícia dizia claramente: «Pelo menos 62 mulheres foram mortas pelos seus companheiros este ano em Espanha, onde entrou em vigor uma lei contra a violência sobre as mulheres, segundo os últimos números oficiais disponíveis.
O Instituto da Mulher, tutelado pelo Ministério do Trabalho, contabilizou 62 mulheres "mortas pelo seu companheiro ou ex-companheiro" em 2005, ou seja menos 10 casos que em 2004.
Estes números colocam a Espanha no meio da lista das estatísticas europeias sobre este tema. A última vítima recenseada este ano foi uma mãe de 35 anos, morta a 22 de Dezembro em Málaga, no sul do país».
E o que se passa em Portugal não é melhor.

sábado, janeiro 07, 2006

A contrafacção do Hino Nacional

PorAntónio Bagão Félix

Não me conformo com contrafacções espúrias, deslocadas e oportunistas. E o que se passa com um anúncio é uma grosseira manipulação de um símbolo nacional que merece ser integralmente dignificado e valorizado
1.Diz o artigo 11.º da Constituição Portuguesa que os símbolos nacionais são a Bandeira Nacional e o Hino Nacional.Vem esta referência a propósito de um anúncio que agora está a passar nas televisões (incluindo a pública) publicitando a actividade de uma empresa marcante na economia nacional e prestadora de um serviço de natureza pública. É que as imagens do anúncio são acompanhadas, do princípio ao fim, por uma versão integral e abastardada do Hino Nacional. Por outras palavras: o nosso hino serve agora de guarnição sonora a operações publicitárias. Neste caso concreto, de telecomunicações, amanhã por que não de detergentes, pastilhas elásticas ou preservativos por uma outra qualquer entidade ou mesmo por uma multinacional?2. Bem sei que hoje este tipo de símbolos vem sendo sucessivamente desvalorizado, seja pelo seu uso indevido e inoportuno, seja pela inflação pacóvia do seu abuso, seja pela omissão, descuido e ignorância. Ainda hoje sobram nas ruas e nas janelas pedaços e retalhos imundos da Bandeira Nacional hasteada mimeticamente até à náusea por ocasião do Euro 2004, com tão ligeiro respeito que a energia mobilizadora para as desfraldar redundou num insuportável alheamento e preguiça para recolher os seus restos.Hoje as crianças e jovens de Portugal já dificilmente soletram a Portuguesa, ignorada na escola e substituída por outros sinais fátuos do "futuro", mais mercadizáveis e apelativos. Quando a escola se desvaloriza, tudo se torna escola. Até (e muito...) a publicidade... De vez em quando, também se ouvem telemóveis registar uma chamada com a Portuguesa disponibilizada pelas operadoras, em concorrência aberta com qualquer dos muitos toques "pimba" que por aí abundam para desgraça dos nossos ouvidos.De há alguns anos a esta parte, só quase me recordo de ouvir o Hino Nacional no futebol entre selecções (ainda que à mistura com assobios, impropérios e apupos) e em esparsas cerimónias públicas a que já poucos dão atenção a não ser por obrigação e outros teimam em desrespeitar ao quebrar alarvemente o silêncio durante a sua audição. Só falta mesmo haver um novo concurso de "chuva de estrelas" interpretando o nosso hino...3. Há Altas-Autoridades para tudo e todos os gostos. Há Provedorias do Consumidor em profusão. Há até Gabinetes de Objecção de Consciência. Há protestos sobre tudo e sobre nada. Mas, curiosamente, depois da saga dos crucifixos a abater, onde estão agora os zelosos do interesse público perante ofensas contra símbolos constitucionais?Pena que já nada disto suscite a mais pequena reacção dos representantes do Estado português, a começar pelo Presidente da República, e que a sociedade continue a primar pela mais insidiosa das doenças que é a indiferença cívica. E que dizem os candidatos ao mais alto cargo da república?4. Alguns dir-me-ão que isto são minudências. Que sejam se quiserem, mas que mesmo na sua pouca importância sejam devidamente respeitadas. Outros tentarão ver nisto um nacionalismo exagerado. Que vejam se quiserem, mas para mim há valores, símbolos e desígnios que não podem ser alienados por fazerem parte do património incorpóreo de Portugal, apesar de vivermos numa sociedade de zapping em que parece já não haver espaço, nem tempo para respeitar os símbolos. E entre eles está o Hino Nacional como o canto solene em nome da nação. E o seu significado é de tal maneira marcante que a sua letra - hoje claramente desajustada - não foi sequer modificada.Perante os símbolos pátrios tenho sobretudo uma posição de respeito. Ainda sou dos que se levantam quando toca o nosso hino. A minha atitude nem é alimentada por um qualquer anátema estúpido, nem por um exacerbamento serôdio. Mas não me conformo com contrafacções espúrias, deslocadas e oportunistas. E o que se passa com o citado anúncio é uma grosseira manipulação de um símbolo nacional que merece ser integralmente dignificado e valorizado.
Ex-ministro das Finanças

terça-feira, janeiro 03, 2006

Os nossos políticos

Fracos cá dentro, bons lá fora!


«Durão eleito personalidade mais influente na Grã-Bretanha
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, foi eleito a «personalidade mais influente da Grã-Bretanha» pelos ouvintes da rádio BBC, com três vezes mais votos que o próprio primeiro-ministro, Tony Blair.
O resultado, já considerado «espantoso» por alguns comentadores ingleses, surge na sequência de uma sondagem realizada pelo programa de informação Today, da estação BBC4, que no dia 12 de Dezembro pediu aos ouvintes que elegessem «Quem realmente manda na Grã-Bretanha».
A estação recebeu centenas de propostas, pelo que no dia 24 de Dezembro chamou um júri independente para fazer uma triagem e nomear um grupo de dez figuras que na opinião do director do programa, Kevin Marsh, eram «quem melhor sintetizava a essência das preferências».
Durão Barroso foi um dos finalistas, juntamente com o patrão dos «media» ingleses, Rupert Murdoch, o primeiro-ministro, Tony Blair, o ministro das Finanças, Gordon Brown, e outras figuras mais abstractas e representativas, como o Parlamento ou o «Povo britânico».
Na última fase da sondagem, o programa - o mais popular na área da informação, com cerca de quatro milhões de ouvintes - organizou debates diários com personalidades famosas da sociedade inglesa, que defendiam e justificavam uma das escolhas.
Ninguém adivinhou que o vencedor viesse a ser Durão Barroso, nem muito menos que a diferença de votos fosse tão significativa: o gabinete de imprensa da BBC confirmou à Lusa que o português recolheu 22% das preferências, contra 15% de Murdoch e apenas 7% do chefe de governo, Tony Blair.
O resultado deu azo a notícias em quase todos os títulos da imprensa nacional, como The Times, que utiliza a sondagem para nomear Durão Barroso a «Cara do dia» e escrever um longo artigo sobre o seu currículo, ou o Daily Telegraph, que usa a fotografia do político português sob o título «O homem que comanda a Grã-Bretanha».
No Daily Mail, conhecido pelas posições eurocépticas, o influente comentador Stephen Glover diz que o resultado é «espantoso e inteligente», porque «demonstra que as pessoas têm a sensação de que ele é uma pessoa com mais influência na nossa vida do que o próprio primeiro-ministro».
Diário Digital / Lusa»