segunda-feira, dezembro 25, 2006

Natal sem Jesus


Nos últimos anos na Grã-Bretanha, as comemorações de Natal têm provocado um debate no país sobre como lidar com a celebração cristã numa sociedade crescentemente secular e influenciada por outras religiões. Por um lado, há a preocupação de não ofender os não-cristãos; por outro, o medo de despir totalmente o Natal dos significados e símbolos tradicionalmente ligados à festa, num movimento que alguns chamam no país de “Guerra contra o Natal”.


Neste ano, o Canal 4, um dos principais canais da TV aberta, juntou-se ao movimento politicamente correcto e decidiu lançar uma mensagem alternativa ao tradicional discurso de Natal da rainha. Desde 1932, os soberanos britânicos marcam a data com discursos retrospectivos do ano e lembram a importância da fé para os seus súditos.

O Channel 4 decidiu que este ano, no dia 25 de dezembro, vai convidar uma professora primária muçulmana que deve passar uma mensagem, vestindo véu, na mesma hora em que a rainha discursa nos outros canais.

O motivo para a iniciativa foi explicado numa nota oficial. "Parte da responsabilidade do Canal 4 é abrir espaço para vozes e pontos de vista que de outra forma não iriam para o ar. O discurso alternativo apresenta um contraponto à tradicional mensagem da rainha.


"Por outro lado, os Correios britânicos lançaram a sua tradicional série comemorativa de selos de Natal driblando qualquer referência religiosa – o menino Jesus, Maria e José ou qualquer outro elemento religioso. A série deve ter apenas motivos de inverno.

Recentemente, foi divulgada uma sondagem que afirmava que mais de 74% dos empregadores britânicos decidiram abolir a decoração natalina dos escritórios por medo de ofender os não-cristãos. O resultado da pesquisa, porém, foi contestado pelo jornal britânico The Guardian. Numa longa reportagem sobre o debate natalino publicada no início do mês, o jornal afirma que a sondagem era tendenciosa e que boa parte da discussão sobre o assunto tem sido inflamada por sectores tradicionalistas da imprensa e da sociedade britânica.


“A ‘Guerra contra o Natal 2006’ (é) uma guerra que nos mostra muito sobre a politização crescente (…) dos grupos religiosos britânicos, mas que foi quase completamente inventada.”

Para o bispo de Bolton, o reverendo anglicano David Gillet, a discussão não foi totalmente inventada, embora, para ele, ela esteja mesmo sendo exagerada. "Esse é o terceiro ou quarto ano que temos esse tipo de discussão", afirmou Gillet, que preside ao Fórum Muçulmano Cristão britânico.

“Quando você fala com judeus, hindus e muçulmanos, eles dizem que não querem nenhum festival religioso secularizado", afirmou o anglicano.
Ele disse ainda que, após a pesquisa sobre os empregadores, a imprensa britânica não conseguiu localizar nenhum empregador que admitisse ter de facto proibido a decoração natalina. Há cerca de um mês, preocupados justamente com possíveis mudanças que pudessem levar a uma secularização das comemorações natalinas, os integrantes do Fórum enviaram cartas a políticos de toda a Grã-Bretanha com um apelo para que não "descristianizassem" o Natal.

Apesar da acção, o bispo de Bolton não se mostra muito preocupado com a “Guerra contra o Natal”. Para ele, faltam soldados ao exército antinatalino.

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Enquanto há vida...


Uma chinesa recuperou a consciência após dez anos em coma, depois de seu marido passar todo esse tempo cantando ao lado da sua cama, informou o jornal "China Daily".O casal, que se conhecia desde a infância, está casado há 50 anos e vive na cidade de Nanjing, capital da província de Jiangsu, no leste da China.


Chang entrou em coma em 1996, após uma grave doença. Seu marido, Yang, lembrou que quando os dois eram jovens uma das coisas de que ela mais gostava era ouvi-lo cantar.Com a esperança de despertar a mulher, Yang, que actualmente está com 75 anos, começou a aprender a tocar teclado e compor canções para ela.Segundo os médicos, Chang abriu os olhos no momento em que Yang acabava de cantar um desses temas, e pronunciou "claramente" o nome do marido.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Fosso ainda maior

O fosso entre ricos e pobres aumentou na última década, apesar do crescimento sem precedentes e da melhoria das condições de vida em muitos países do mundo, refere um relatório da ONU hoje divulgado, noticiado pela agência «Lusa».